Juventude de Belém

Espaço dedicado ao GRANDE CLUBE DE FUTEBOL "OS BELENENSES"

segunda-feira, junho 26, 2006

ORGULHO DE SER PORTUGUÊS!!!!!!!



VITÓRIA SOBRE A HOLANDA POR 1-0
VIVA PORTUGAL!!!!!!!

sábado, junho 17, 2006

ENTREVISTA DE PEDRO MOURÃO AO RECORD

O juiz demitiu-se da CD da Liga, na sequência do caso Mateus, e mostra-se indignado

"FALTAM HOMENS VERTICAIS"

RECORD - A decisão de arquivar o processo Mateus e manter o Gil Vicente na Liga vai contra a verdade desportiva?

PEDRO MOURÃO - A decisão que no dia 1 de Junho na reunião da Comissão Disciplinar (CD) da Liga foi tomada por unanimidade pelos membros legalmente em condições de o fazer limitou-se a sancionar disciplinarmente um associado da Liga (Gil Vicente), em cumprimento do estabelecido num regulamento, a que todos os associados devem obediência, sob pena de subversão da verdade desportiva.

R - Demitiu-se por causa disso?

PM - O pedido de demissão, assim como o do dr. Frederico Cebola, teve única e exclusivamente a ver com as condutas dos dois membros da CD que, pelos factos conhecidos, seriamente indiciadores de concertação e concretizados contra as mais elementares regras de decisão em colectivo, como mais tarde na reunião do passado dia 9 de veio a comprovar, violando para tal princípios legais e éticos, cujo conhecimento e cumprimento lhes era exigível, não só por serem juristas, e particularmente por um deles ser magistrado judicial e o outro advogado.

R - Na sua opinião o que levou a que a decisão tomada na reunião de dia 1 fosse alterada no dia 9?

PM - Não se sabe em pormenor o que levou à alteração da intenção de voto do senhor dr. Gomes da Silva e o levantamento do impedimento do dr. Domingos Lopes da reunião do dia 1 para a do dia 9. Talvez os próprios, ou eventualmente outros, e se assim o entenderem, o possam esclarecer.

R - Porque fala em "máfia" e "camorra"?

PM - A referência de "máfia" ou "camorra" no caso em apreço e no essencial, só poderá ser entendida em relação a concertação objectivada em procedimentos opacos e inerentes condutas que, visando determinado desiderato, se pautam por ausência de respeito por regras e pessoas.

R - Como é que o acórdão redigido inicialmente tem uma adenda manuscrita que revoga a decisão inicial?

PM - O acórdão tem data de 5 de Junho, dia do seu depósito na secretaria da CD da Liga no Porto, aguardando-se nesse dia a assinatura no mesmo do dr. Gomes da Silva, a fim de se proceder à notificação dos interessados, o que não se veio a concretizar, como é sabido. O acórdão apareceu na reunião da passada 6.ª feira, dia 9 de Junho, pela mão do senhor dr. Gomes da Silva, com o seu voto, agora de vencido, e aí já manuscrito. Como de imediato o senhor dr. Domingos Lopes disse que afinal passou a entender não estar impedido, aquele facultou-lhe o acórdão, onde ele passou a escrever, copiando de um papel de que era portador, aderindo, em termos conclusivos, ao até então voto de vencido do senhor dr. Gomes de Silva. Face à posição assumida pelo vogal agora desimpedido, o senhor dr. Gomes da Silva disse que, como tinha voto de qualidade, os votos de vencido passavam a fazer a maioria!

R - O advogado Domingos Lopes podia votar na reunião de dia 9?

PM - O caso em apreço foi deliberado na reunião realizada no dia 1 de Junho (5.ª feira) pelas razões conhecidas. Nessa reunião, o senhor dr. Domingos Lopes, expressamente e perante todos os presentes, disse de viva voz declarar-se impedido na decisão deste processo disciplinar, por um seu familiar ser dirigente do Gil Vicente. A partir da decisão tomada na referida reunião, haveria que providenciar pelo seu depósito na 2.ª feira seguinte. Tudo o mais que se passou é, no mínimo, ética e legalmente inaceitável.

R - Que moral tem este membro da CD para votar neste caso?

PM - Desconhecia que o pai do dr. Domingos Lopes era vice-presidente do mesmo clube à data de decisão do processo disciplinar em que se declarou impedido por esse motivo.

R - É verdade que, num período de 4 anos, esta foi a primeira vez que houve uma acta na CD da Liga?

PM - Desconheço que fossem elaboradas actas das reuniões da CD em que participei, não só por nunca ter visto nenhuma, como também nunca vi o secretário da CD, que secretariou todas as reuniões, a escrever qualquer acta ou apontamento nesse sentido. A primeira vez que foi demonstrada preocupação em elaborar uma acta, foi da parte do dr. Gomes da Silva, precisamente no início da última reunião da CD no passado dia 9 de Junho, reunião essa onde ocorreram os factos que motivaram a minha indignação assim como a do dr. Frederico Cebola, e que originaram as nossas demissões.

R - Que deve ser mudado no futebol português para que situações destas não se repitam?

PM - O futebol português e em duas palavras, precisa de homens verticais que o sirvam e o rspeitem, conferindo-lhe verdade, credibilidade e paixão.

RECURSO NA LIGA, RODRIGO ALVIM EM BELÉM

O JOGO

Recurso já está na Liga

"Penso que não há nenhum filho de um vice-presidente do Gil Vicente no Conselho de Justiça da FPF", afirmou ontem Cabral Ferreira, presidente do Belenenses, após garantir a entrada na sede da Liga de clubes, no Porto, do recurso dos azuis em relação ao "caso Mateus". O dirigente expressava, assim, confiança numa resolução a favor do emblema do Restelo, o que, aliás, caso não se verifique, pode levar o Belenenses a recorrer a outras instâncias. "O Belenenses irá até às últimas consequências em relação a este assunto", garantiu, aludindo a uma eventual intervenção do órgão que superintende o futebol mundial. "A FIFA já pediu explicações sobre este assunto, o que significa que está informada e que acompanha o caso. Não tenho dúvidas de que a FIFA está inquieta e que costuma tomar posições severas sobre estes assuntos. Portugal não será excepção, se os regulamentos e as regras não forem cumpridos", disse.

Documento com 96 páginas mais 20 a 30 de apoio

Sobre o recurso ontem entregue, Cabral Ferreira especificou: "Esse recurso está entregue, consta de 96 páginas de alegação e mais 20 ou 30 de documentação relativa ao caso, que justificam a nossa razão e a nossa certeza de que a justiça será feita rapidamente – e a nosso favor. Deu entrada no dia 16 de Junho e já temos a confirmação da entrada com carimbo da própria Liga."

Ao contrário do que estava previsto, o dirigente não esteve no Porto, devido a problemas com a reserva de voos – "não havia horários compatíveis com a chegada ao Porto" – e, por isso, os documentos foram enviados "via fax e por correio registado, com aviso de recepção". O dirigente azul criticou ainda "as atitudes de António Fiúza", presidente do Gil Vicente, assim como de um "vice-presidente [daquele emblema] que ontem apareceu ao lado do presidente numa conferência de Imprensa, o que, se calhar, significa que já retomou funções, porque já passou o dia 9 de Junho". Quanto ao que este caso ainda poderá demorar, Cabral Ferreira pensa que, "nos próximos 15 dias, no máximo, tudo estará resolvido".

Pedro Mourão aguarda por... outras reacções

Figura central no processo, o juiz Pedro Mourão continua a optar por não comentar os dados que, diariamente, têm vindo a público, ainda quem, em declarações à Agência Lusa, tenho aberto a porta a um eventual comentário no... futuro: "Não comento a interferência de pessoas que não são a origem da minha indignação e essas são Domingos Lopes e Gomes da Silva", comissário e presidente da Comissão Disciplinar, respectivamente, e que votaram pela decisão de manter o Gil Vicente na I Liga.

Rodrigo Alvim já chegou

O defesa-esquerdo contratado ao Paraná por duas épocas define-se como um jogador que "marca forte" e com predilecção para as bolas paradas. No Restelo, espera não ter dificuldades de adaptação, até porque já recolheu informações junto de Polga.

O mais recente reforço do Belenenses para a época que aí vem já está em Portugal. O brasileiro Rodrigo Alvim chegou ontem de manhã a Lisboa, onde vai passar os próximos dois anos. Que poderão ser três, caso o clube do Restelo exerça a opção de um terceiro ano de contrato.
O ex-atleta do Paraná Clube encontrou-se pela primeira vez com a Imprensa portuguesa no aeroporto e aceitou definir-se como jogador. "Sou um defesa-esquerdo que marca forte. Quando tenho a posse de bola gosto de sair a jogar e agredir [atacar]", apontou Rodrigo Alvim, que também gosta de "trabalhar a bola parada, os livres e os cantos".

Com malas feitas para se instalar, no imediato, em Lisboa, o defesa afirma que, antes de partir para a Alemanha, onde vai visitar uns amigos, quer "conhecer a cidade e as instalações do clube", sobre o qual já se informou junto do sportinguista Anderson Polga. "Trabalhámos juntos no Grémio de Porto Alegre, e o Rochemback, que esteve cá, também conheci. Mantemos contacto, e eles falaram muito bem do clube e da cidade", afirma. Alvim recorreu ainda à internet para avaliar o emblema que vai representar. E até está dentro da actualidade do Belenenses: "O clube caiu de divisão, mas é um grande de Lisboa e tem feito boas campanhas. Mas, como vi na 'net', também há o 'caso Mateus', que vai ser resolvido."

Para o lateral, amigo de... Ronaldinho Gaúcho, com quem jogou nas camadas jovens do Grémio, disputar a Liga de Honra "não é problema", e a adaptação "vai ser fácil, porque a língua é parecida".

A BOLA

Recurso do Belenenses chegou à Liga pelas mãos... do faxe

Esta novela acaba no CJ

Plano furado. Cabral Ferreira tencionava ir à sede da Liga no Porto, ontem à tarde, para entregar em mãos o recurso à decisão do processo Mateus, isto no último dia do prazo para o fazer, mas «problemas nas ligações aéreas» impediram-no, pelo que foi pelas mãos... do faxe que o documento com mais de cem páginas chegou à Liga antes das 18 horas, assim como também chegará na segunda-feira, no seu formato original, por carta registada com a data de ontem, único meio de validar o recurso, que será reencaminhado para o Conselho de Justiça (CJ) da FPF. O ponto final no caso, espera o presidente dos azuis: «Estou ciente de que esta novela vai terminar assim que entrar no Conselho de Justiça. Aliás, o sr. juiz conselheiro António Mortágua tem primado até aqui pela isenção e por resolver algumas nódoas que no futebol português têm aparecido», vincou, voltando a acenar com a intervenção da FIFA se for caso disso: «Há autoridades superiores às portuguesas que também superintendem o nosso futebol, as mesmas estão informadas e em última instância decidirão.» Já o conteúdo da carta de demissão de Pedro Mourão não o surpreendeu: «Não me admira nada do que vem na carta e tudo o que tem sido falado de conluios, cambalhotas e palhaçadas. Só vem confirmar da parte de um juiz que esta história está mal contada, precisa de ser investigada, e é trabalho de fundo para a Procuradoria-Geral da República. Penso que já há muita gente preocupada com as investigações.»

Negócio com o Belenenses

Dinheiro «azul» por Fernando

O investimento financeiro que a Académica fez na aquisição do atacante Fernando não será totalmente colocado em causa na cada vez mais provável transferência do brasileiro para o Belenenses. Os azuis, apurou A BOLA, estão dispostos a avançar com verbas para a Briosa, que irá conceder algumas facilidades na forma e prazos de pagamento.

Rodrigo Alvim boquiaberto com as instalações do Restelo

«É um clube de primeira»

No Brasil tinha as informações que Jorge Jesus e alguns jogadores lhe forneceram sobre o Belenenses, mas nada como ver para crer, o que fez ontem, na primeira vez em 22 anos em que avistou terra que não brasileira. O segundo reforço garantido pelos azuis para a nova época, Rodrigo Alvim, teve no Estádio do Restelo o primeiro contacto com um monumento europeu e deslumbrou-se após a visita guiada às instalações. «Este clube tem infra-estruturas de primeira Divisão», declarou.

A primeira impressão é sempre a que fica. E no caso de Rodrigo Alvim não podia ser melhor, tal o deslumbramento, que A BOLA testemunhou, após a visita ao complexo desportivo, que incluiu obrigatória passagem pela sala de troféus.

«Meu Deus, tantas taças que o clube tem! Estou impressionado», exclamou, boquiaberto com a vista para o Tejo e a beleza do Restelo. Que só reforçou a sua crença em ter feito escolha acertada, pela mão do agente FIFA Costa Aguiar.

«É um sonho vir morar para Lisboa. Independentemente de jogar na Liga ou na Honra, só tenho de pensar em ganhar e vou dar tudo para colocar o clube onde tem de estar, que é na I Divisão. E depois disso é apontar para a Taça UEFA ou Champions», sublinhou, com a ambição própria da sua juventude, ele que se considera um lateral-esquerdo que «procura marcar forte, usando a força», mas que também tem, «ainda para mais na Europa, de fechar espaços, ajudar no ataque e cruzar». Estamos, porém, diante de um especialista:

«A minha maior virtude são as bolas paradas e ainda hoje faço o que o técnico António Lopes me ensinou no Brasil, que é trabalhar muito esses lances, ser o primeiro a chegar aos treinos e o último a sair.»

Profissional desde os 16 anos, conviveu durante sete com Ronaldinho Gaúcho no Grémio, cultivando amizade de que ainda hoje subsiste.

«Já lhe disse que vinha para a Europa e para o Belenenses e ele deu-me os parabéns», revelou o mais recente adepto de Portugal:

«Sou gaúcho, como Scolari, e agora tenho mais uma selecção para apoiar na Alemanha.»

RECORD

Rodrigo Alvim: «Sei que vim para um grande clube»

Defesa Brasileiro elogia Azuis

O defesa brasileiro Rodrigo Alvim chegou ontem de manhã a Lisboa e mostrou-se satisfeito pelo facto de ingressar num “grande clube.” O jogador recorda que o acordo com os azuis – válido por dois anos com mais um de opção – foi celebrado há cerca de duas semanas no Brasil.

“Jorge Jesus estava em Curitiba e foi aí que rubricámos um pré-acordo. Sei que o Belenenses é um grande clube. Infelizmente desceu, mas tem ainda possibilidades de ficar na Liga se ganhar o processo do “caso Mateus”. Ainda assim, mesmo que a equipa participe na Liga de Honra, tudo farei para ajudá-la a regressar ao lugar que merece.”

Médio Fernando está de saída

Pode seguir para o Restelo

Fernando está de saída da Académica. Pouco utilizado por Nelo Vingada, o médio-esquerdo pode mesmo estar a caminho do Belenenses onde Jorge Jesus o conhece bem do Moreirense.

sexta-feira, junho 16, 2006

EDIÇÃO DE 16/06/2006 DO JORNAL A BOLA

ARTIGO JORNAL A BOLA – VERSÃO PAPEL

DURA CARTA DE DEMISSÃO DE PEDRO MOURÃO DA COMISSÃO DISCIPLINAR

SÉRIOS INDÍCIOS DE CONLUIO E VIOLAÇÕES GROSSEIRAS

O juiz desembargador Pedro Mourão cumpriu o anúncio de demissão da Comissão Disciplinar da Liga (CD) na sequência do Caso Mateus. Em carta enviada ao Presidente da Assembleia Geral da Liga fundamenta a sua decisão com a existência da «sérios indícios de conluio» e «violação grosseira do princípio processual de que o julgador não julga familiar». Pedro Mourão historia o processo que começou na reunião de 1 de Junho, na qual a Comissão Disciplinar, conta, decidiu a favor do Belenenses, por unanimidade, com votos dele próprio, de Frederico Cebola e de Gomes da Silva, presidente da CD. O outro conselheiro, Domingos Lopes, invocou impedimento por ser filho do então vice-presidente do Gil Vicente, Constantino Lopes. Revela Pedro Mourão que acórdão seguiu para a Liga mas regressou pelas mãos de Gomes da Silva que, na reunião da CD de 9 de Junho, segundo é divulgado, mudou o sentido de voto. Ainda assim, ficaria 2-1 favorável ao Belenenses não fora Domingos Lopes ter recuado na posição de impedimento e ter votado a favor do Gil Vicente. Com o empate, Gomes da Silva invocou o voto de qualidade, de imediato questionado juridicamente por Pedro Mourão e Frederico Cebola, embora sem explicações convincentes. Dada a importância do documento, A BOLA publica, na íntegra, a carta de demissão de Pedro Mourão:

«Pedro Maria Cardoso Gonçalves Mourão, vogal da Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), vem por este meio apresentar a V. Ex.ª a sua demissão do referido cargo.

Esta decisão foi tomada na sequência de condutas verificadas na mesma Comissão, reputadas de muito graves e com as quais, em nome da verdade e da transparência, não pode pactuar sob pena de conivência com as mesmas.

1 - O Processo Disciplinar (PD) n.º 101-05/06, conhecido como caso «Mateus» e instaurado na sequência de uma queixa de «Os Belenenses» por conduta do Gil Vicente, foi distribuído ao subscritor.

2 – Entretanto e porque os resultados do Campeonato tinham que estar homologados até ao dia 7 de Junho, ou seja trinta dias após o final do mesmo, foi reconhecido na reunião infra manifesto PD estivesse decidido até àquela data pelas suas consequências, independentemente do teor da sua decisão.

3 – Por este motivo, na reunião da CD realizada no dia 1 de Junho (5.ª feira), pelas 15 horas, nas instalações da LPFP sitas na Rua Castilho, em Lisboa, e encontrando-se presentes todos os membros e o seu Secretário, entre outros processos pendentes, foi apreciado e decidido o PD referido, uma vez que a questão em apreço era exclusivamente de direito, pois o facto relevante, ou seja o recurso a tribunal comum por parte do denunciado, era público.

4 – Imediatamente antes da apreciação daquele PD, o vogal senhor Dr. Domingos Lopes disse declarar-se impedido neste caso, uma vez que um seu familiar era dirigente do Gil Vicente FC.

5 – De seguida, o PD foi apreciado e decidido, por unanimidade, pelos restantes três membros presentes.

6 – Importava agora encontrar portador do acórdão para a cidade do Porto na 2.ª feira seguinte, dia 5 de Junho, após a redução a escrito e recolha das assinaturas dos dois membros residentes em Lisboa, para depois e aí ser assinado pelo Senhor Presidente da CD e se procederam às necessárias notificações, dentro daquele referido prazo.

7 – Como o Senhor Director executivo da LPFP por norma se desloca à 2.ª feira de Lisboa para o Porto, o Senhor Presidente da CD, Dr. Gomes da Silva, e perante todos os referidos presentes na reunião, ligou do seu telemóvel para o Senhor Director Executivo a fim de lhe solicitar tal encargo, não tendo, no entanto, conseguido falar por aquele não atender.

8 – Acabou por ser o demissionário a conseguir falar telefonicamente com o Senhor Director Executivo e, perante todos os referidos presentes na reunião, combinou a entrega do envelope.

9 – O envelope foi então entregue, devidamente fechado e, nessa mesma 2.ª feira, dia 5 de Junho, foi depositado da mesma forma e dentro das horas do expediente, no serviço administrativo da CD da Liga, no Porto.

10 – No acórdão foi aposta a data de 5 de Junho, dia do seu depósito.

11 – Sucede, porém, a que na reunião da passada sexta-feira, dia 9 de Junho, estando presentes todos os membros e o Secretário, o Senhor Presidente da CD apresentou o referido acórdão, com o seu voto, agora de vencido, e já manuscrito.

12 – De imediato o vogal, Senhor Dr. Domingos Lopes, disse que afinal passou a entender não estar impedido, pelo que o Senhor Presidente da CD lhe facultou o acórdão, onde ele passou a escrever, copiando de um papel de que era portador, aderindo, em termos conclusivos, ao até então voto de vencido do Senhor Presidente da CD.

13 – Face à posição assumida pelo vogal agora desimpedido, o Senhor Presidente disse que, como tinha voto de qualidade, os votos vencidos passavam a fazer a amaioria!

14 – Instado pelo demissionário, perante os referidos presentes na reunião, sobre o fundamento legal do voto de qualidade, respondeu que como éramos todos juristas não era preciso!

15 – A descrita situação impôs que o demissionário tivesse pedido para ficar lavrado numa acta a sua indignação com as expostas condutas independentemente do resultado, o que veio a suceder.

Desta factualidade disponível V. Ex.ª tirará as conclusões que entender por convenientes, sendo certo que:

a) a decisão do PD 101-05/06 foi tomada na reunião do dia 1 de Junho, onde previamente foi proferida e mencionada declaração de impedimento;

b) o acórdão data de 5 de Junho, ou seja do dia do seu depósito na secretaria da CD;

c) a declaração de «desimpedimento» proferida na reunião do dia 9 de Junho é no mínimo, extemporânea, uma vez que a decisão já havia sido tomada;

d) verificaram-se, no mínimo, sérios indícios de conluio na violação grosseira do principio processual de que o julgador não julga familiar, nem causa onde este tenha interesse directo, traduzido, a titulo de exemplo, no artigo 39.º n.º 1 alínea b) do Código de Processo Penal e no artigo 122.º n.º 1 alínea b) do Código do Processo Civil.

O demissionário demite-se assim por imperativo ético, não podendo calar as aludidas condutas por nunca poder ser cúmplice com suspeitas opacidades. Não havendo motivação superveniente, esta questão por si estará encerrada.»


MATEUS NO CJ DA FPF

HOJE É DIA DE RECURSO

O presidente do Belenenses, Cabral Ferreira, acompanhado do advogado do clube, Nelson Soares, desloca-se hoje à sede da Liga, no Porto, para entregar, à tarde e em mãos, o recurso da decisão do caso Mateus, que depois será reencaminhado para os serviços da Federação, para ser apreciado pelo Conselho de Justiça.

O Belenenses espera depois que este órgão se pronuncie quanto antes sobre a matéria, estimando que tal aconteça no final deste mês, inicio do próximo, o mais tardar. A nível de instâncias desportivas nacionais, é a última hipótese de o Belenenses ver ser-lhe dada razão neste caso.

No âmbito desportivo, hoje é também dia de novidades, com a chegada a Lisboa do brasileiro Rodrigo Alvim, lateral-esquerdo de 22 anos, contratado para colmatar a vaga em aberto com a saída de Rui Jorge.

Alvim, que rescindiu com o Paraná, chega com a esperança de ainda jogar na Liga e firmará acordo de duas temporadas, com mais uma de opção, auferindo ordenado de cerca de 5500 euros/mês.


FERNANDO É DESEJO DE JESUS

FERNANDO está de saída da Académica. Na época transacta, o brasileiro não justificou em pleno as qualidades que lhe eram atribuídas e Manuel Machado, perante a forte possibilidade de contar com o dragão Hélder Barbosa, não se importa de abdicar do extremo-esquerdo. Mas se em Coimbra não querem Fernando, o mesmo não acontece no Belenenses. Jorge Jesus, apurou A BOLA, deseja o jogador e as negociações podem chegar a bom porto muito em breve.

De Coimbra para o Restelo. Este é muito provavelmente o percurso que Fernando fará nos próximos dias, deixando a Académica, na qual tem pouco espaço com Manuel Machado, para rumar ao Belenenses, onde Jorge Jesus, pelo contrário, o deseja fortemente, carente que está de jogadores com as características deste brasileiro, representado pelo empresário António Teixeira. Os primeiros contactos foram já encetados e nos próximos dias deverá surgir fumo branco e o acordo para a transferência do esquerdino de 25 anos, que em Portugal já representou Varzim e Moreirense, tendo neste último trabalhado sob a orientação de Jesus.


ARTIGO JORNAL A BOLA – VERSÃO ONLINE

Rodrigo Alvim impressionado com grandeza do Belenenses

O defesa brasileiro Rodrigo Alvim chegou hoje a Portugal para rubricar contrato válido por duas épocas com o Belenenses. Em declarações ao site do clube, o jogador fala na «concretização do sonho de actuar na Europa e logo num grande clube como o Belenenses».
«Recolhi muitas informações antes de vir, falei com muitos jogadores que conhecem o Belenenses e me aconselharam a aceitar», disse ainda Rodrigo Alvim, proveniente do Paraná, clube com o qual rescindiu contrato recentemente.
«Fui campeão estadual nos dois últimos anos, portanto, só penso em vencer. O meu objectivo é crescer juntamente com o clube, desempenhar o melhor possível o meu trabalho e honrar a camisola do Belenenses», prometeu.

sábado, junho 10, 2006

VERGONHOSO GOLPE DE TEATRO

Gil Vicente ganha «round» e dois juízes demitem-se

Um golpe palaciano! A Comissão Disciplinar da Liga decidiu, ontem, no Porto, pela manutenção do Gil Vicente na Liga, julgando improcedente a queixa apresentada pelo Belenenses e mandando arquivar o processo. Depois de na reunião de Lisboa, no primeiro dia do corrente mês, a votação ter sido favorável aos azuis do Restelo, eis-nos perante um surpreendente volte-face de última hora, com um dos elementos da CD, filho de um dirigente gilista, a fazer questão de votar mesmo depois de em devido tempo ter pedido escusa de participar na votação. Por causa disso, dois juízes demitiram-se de imediato e a comissão caiu.

Indignação, vergonha, palhaçada! São estes os termos que caracterizam o sentimento de algumas pessoas da Liga, incluindo directores da Comissão Executiva, mas também de um dos juízes da CD, Pedro Mourão (relator do processo-Mateus), cuja voz de revolta, dizem, se fez ouvir bem alto nos corredores da instituição. Em causa estava a subscrição do acórdão sobre o denominado caso Mateus, já apreciado e votado numa anterior reunião do mesmo órgão, em Lisboa, então, com três votos favoráveis ao Belenenses e o pedido de escusa de Domingos Lopes, que se considerou parte interessada, uma vez que é filho de Constantino Lopes, vice-presidente gilista para a área financeira. Dada a necessidade de se proceder à célere redacção da sentença — considerando, entre outras, a necessidade de homologação dos campeonatos ao fim de 30 dias... —, Pedro Mourão e Frederico Cebola assinaram o texto dois dias mais tarde, em Lisboa, e enviaram o documento para o Porto (via Cunha Leal), para que o mesmo fosse subscrito pelo presidente da comissão, Gomes da Silva, e para que as partes pudessem desde logo ser notificadas. Mas...

2-2 e voto de qualidade de Gomes da Silva

Percebe-se agora o atraso nas notificações. Sexta-feira, 9 de Junho de 2006. Um dia para o futebol português recordar, sem dúvida. Reunião do Plenário da Comissão Disciplinar, na Liga, no Porto. Os quatro elementos da CD da Liga — um juiz desembargador (Gomes da Silva), dois juízes de carreira (Pedro Mourão e Frederico Cebola) e um advogado (Domingos Lopes) — comparecem ao encontro. Sobre a mesa está o acórdão, fundamentado nos votos da reunião de Lisboa, mas não a assinatura de Gomes da Silva, que entretanto decidiu mudar de opinião. Domingos Lopes, o tal que se escusara a votar, alegando conflito de interesses, também opta, agora, por usar o seu voto... e, claro, em benefício da causa gilista. Pedro Mourão e Frederico Cebola mantêm as posições assumidas no primeiro dia do mês, na capital, contrárias à pretensão do Gil, e, algo surpreendentemente, o líder, Gomes da Silva, opta por se juntar a Domingos Lopes, colocando o saldo em 2-2. Para desfazer o empate, o presidente do órgão, invocando o seu direito a voto de qualidade — que se apresenta como legalmente discutível, sustentam juristas —, concede finalmente ao emblema minhoto a vantagem nesta primeira etapa da corrida: 3-2, desce o Belenenses, fica o Gil na Liga maior! Arquivem-se os autos! «Em Itália, a isto chamam-lhe máfia e camorra, aqui não sei qual o nome que lhe dão!...», terá reagido, na hora, um dos juízes derrotados no processo, segundo garantiram fontes bem colocadas no interior do edifício da Liga. Obviamente, esta (como qualquer outra) decisão da Comissão Disciplinar é passível de recurso para o Conselho de Justiça (CJ) da FPF depois de notificados os interessados, o que deverá acontecer na segunda-feira. A partir de aí, o Belenenses pode avançar para a queixa no CJ.

Belenenses vai agir criminalmente

A notícia da deliberação da Comissão Disciplinar da Liga chegou ao Estádio do Restelo durante a tarde, apanhando de surpresa os dirigentes do Belenenses, que aguardavam a notificação... da primeira decisão, que colocava os azuis na Liga e despromovia o Gil Vicente. Cabral Ferreira, presidente da administração da SAD do Belenenses, mostrou-se sereno, lembrando que o clube não tinha ainda recebido qualquer notificação oficial. De qualquer forma, e deixando mais declarações para uma conferência de Imprensa marcada para esta manhã (11.30 horas), Cabral Ferreira reagiu de forma veemente ao inesperado volte face. «A ser verdade esta deliberação, a serem verdadeiros todos os acontecimentos que a antecederam, o Belenenses vai ser obrigado a reagir de forma imediata e implacável, exigindo a responsabilização disciplinar e criminal de todos os envolvidos nesta cambalhota », afirmou o presidente do Belenenses, não contendo a sua indignação: «Esta situação é tão mais grave que desprestigia o futebol português, tanto interna como internacionalmente.»

sexta-feira, junho 09, 2006

REACÇÃO Á VERGONHA DA DECISÃO DA LIGA

Artigo MaisFutebol

«Caso Mateus»: saiba todos os passos que levaram à mudança de decisão

A Comissão Disciplinar da Liga alterou a decisão do «caso Mateus». Maisfutebol explica-lhe como foi possível dar razão ao Belenenses e apenas oito dias depois alterar tudo e manter o Gil Vicente no campeonato principal.

Eis todos os passos: .

1. A 1 de Junho o plenário da Comissão Disciplinar, composto por quatro elementos, reuniu-se nas instalações da Liga em Lisboa e deliberou sobre o «caso Mateus», na sequência das participações de Académica e Belenenses.

2. Nessa reunião, a que também assistiu o secretário da CD, Rui Vieira, foi decidido dar razão às queixas de Académica e Belenenses. O Gil Vicente descia de divisão.

3. A decisão foi tomada por três dos quatro elementos: Gomes da Silva, o presidente, Frederico Cebola e Pedro Mourão. O quarto, Domingos Lopes, alegou incompatibilidades e preferiu não participar na decisão. Domingos Lopes é filho de um vice-presidente do Gil Vicente.

4. Nesse mesmo dia foi decidido apressar o acórdão, uma vez que era necessário notificar os clubes rapidamente, por passar um mês (a 7 de Junho) sobre o final do campeonato. E este é o período em que os resultados devem ser homologados. Foi pedido ao director executivo, Cunha Leal, que na segunda-feira levasse o acórdão para o Porto. E assim foi feito, já com a assinatura de Frederico Cebola e Pedro Mourão, os dois elementos de Lisboa. Só faltava a de Gomes da Silva, que assinaria nesse mesmo dia.

5. Gomes da Silva acabou por não assinar o acórdão. Nem na segunda-feira, nem em qualquer outro dia.

6. Esta sexta-feira, dia 9, o presidente da CD comunicou que tencionava mudar o sentido de voto e apresentou declaração de vencido. Mesmo assim a decisão manter-se-ia desfavorável aos gilistas, por dois votos contra um. Mas não foi isso que sucedeu.

7. No decorrer da reunião, Domingos Lopes afirmou que afinal estava disponível para participar na decisão. E assim fez, votando de forma favorável ao Gil Vicente.

8. Face ao empate (2-2), Gomes da Silva chamou a si a decisão, argumentando com o facto de o cargo de presidente lhe permitir voto de qualidade. Uma situação que não está prevista nos regulamentos da Comissão Disciplinar, até por este órgão ser normalmente composto por um número ímpar de elementos (cinco).

9. Apesar de a decisão ter sido tomada esta sexta-feira, dia 9, no acórdão deverá figurar a data de 5 de Junho, segunda-feira, dia em que a primeira decisão foi depositada na sede da Liga, à guarda do secretário da CD, Rui Vieira.

Face a estes acontecimentos, Frederico Cebola e Pedro Mourão decidiram apresentar a demissão, algo que será formalizado no início da próxima semana, em carta a enviar a Adriano Afonso, presidente da mesa da assembleia geral da Liga de Clubes. Mal o façam, a CD deixará de ter o número mínimo de elementos para se manter em funcionamento, pelo que será necessário marcar eleições.

Cabral Ferreira exige «responsabilização disciplinar e criminal dos culpados» pelo caso Mateus

O presidente do Belenenses foi curto e directo na reacção à deliberação da Comissão Disciplinar da Liga no Caso Mateus, a qual acabou por ser favorável ao Gil Vicente. Cabral Ferreira prometeu ir até às últimas consequências e bater-se pela penalização criminal de todos os responsáveis pela deliberação. O dirigente fala de uma «cambalhota», referindo-se provavelmente às indicações quase seguras de que a decisão seria favorável ao Belenenses, e diz que esta situação é desprestigiante para Portugal.

Em declarações ao Maisfutebol, Cabral Ferreira frisou que o clube ainda não foi notificado da decisão. «Mas a ser verdade o que corre pela imprensa, esta deliberação e as graves circunstâncias que a antecederam vão fazer com que o Belenenses reaja de forma imediata e implacável, exigindo a responsabilização disciplinar e criminal de todos os responsáveis por esta cambalhota», disse. «Cambalhota esta que desprestigia o futebol português quer internamente quer nas instituições internacionais».

O presidente do Belenenses recusou-se a fazer mais comentários, guardando todas as explicação para uma conferência de imprensa que dará amanhã pelas 11.30 horas.