BESSA TEM MAIS ENCANTO, VESTIDO DE AZUL E BRANCO
Boavista 0 - BELENENSES 2 (Fim de semana de sonho)
Foi num final de sexta-feira cansativo, que apanhei o comboio rumo ao Porto para passar o fim de semana.
Acabado de chegar lá, dirigi-me ao conhecido Capa Negra para jantar uma francesinha com pessoal amigo, tendo depois ido para a noite nortenha.
No dia do jogo, visitei Porto, Gaia, principalmente a zona ribeirinha antes de buscar os convites que um amigo meu portista arranjou, claro está, era para a bancada em frente aquela onde a Sporttv filmava metido no meio dos boavisteiros, mas foi para mim e para um amigo meu sportinguista que foi ver, um jogo caricato onde combinamos fazer um teatro engraçado e termos gestos de adepto boavisteiro e neste caso chamar nomes aos jogadores do Boavista que foi um fartote com sotaque e tudo, mas foi muito dificil para o meu feitio não me ter espandido mais e não ter berrado nos golos do meu/nosso GRANDE BELENENSES, mas depois a noite no Via Rápida deu para expandir e de que maneira a festejar esta belissima, bem conseguida e muito justa vitória duma equipa em crescendo.
Falando do jogo em si, José Couceiro apostou no mesmo onze que ganhou ao Braga, com a excepção da troca do lesionado Pinheiro pelo trabalhador incansável Djurdjevic, que desta vez não ofereceu a camisola aos adeptos (pelo menos no campo), dado que eles estavam no piso 1 da Superior, onde fizeram um trabalho incansável de apoio á equipa do principio ao fim do jogo (apesar da Fúria Azul ter chegado só cerca dos 15, 20 minutos da primeira parte) e calaram o Bessa com um ruidoso, entre muitos outros cântigos, "Bessa tem mais encanto, vestido de azul e branco".
O jogo começou com o Belenenses a comandar a partida, muito confiante e pressionante sobre a bola e sobre os adversários, preenchendo os espaços no meio-campo e procurando sair para o ataque.
Aos 5 minutos, Rúben Amorim teve a primeira jogada de perigo do encontro, com um remate forte que William defendeu, para aos 6 minutos, Rolando desperdiçar uma soberana ocasião de golo, ao cabecear ao lado, na sequência de um pontapé de canto, num lance em que teve tudo para fazer golo.
O maior domínio do Belenenses, que controlou por completo o jogo nos primeiros minutos, só foi interrompido pelo assistente do árbitro da partida, quando aos 17 minutos, assinalou uma pretensa grande penalidade, por alegada infracção cometida por Rolando sobre Fary, que deixou, no mínimo, muitas dúvidas (na zona do estádio parece bem assinalado o penalty, mas vendo bem na televisão, deixa de facto dúvidas). Chamado a converter, José Manuel rematou por cima da baliza e desperdiçou a ocasião de inaugurar o marcador, o que seria tremendamente injusto para o Belenenses.
Este lance teve o «condão» de despertar a equipa axadrezada, que equilibrou a partida e apostou, nos minutos seguintes, em vários remates de meia-distância, sem perigo nem nexo, com excepção de uma tentativa de Lucas aos 24 minutos.
Por volta da meia-hora, o jogo ficou totalmente morno, muito disputado a meio-campo, e sem jogadas de perigo dignas de registo.
Até ao intervalo, registo apenas para um remate perigoso de Amaral, aos 40 minutos, e para uma jogada, aos 43 minutos, onde Meyong isolou Pelé para este, em óptima posição para rematar, tentar assistir o internacional camaronês, tendo a jogada sido perdida.
O intervalo chegou com o nulo no marcador, numa primeira parte em que o Belenenses esteve em melhor nível, e que ficou marcada pelo lance da grande penalidade não concretizada pelo Boavista e por uma jogada que deixa muitas duvidas na area do Boavista, onde parece haver uma mão dum defesa e empurrão sobre Meyong.
A segunda parte começou com um cartão amarelo mostrado a Meyong (ia cometendo a asneira do jogo da primeira volta, mas teve sorte com o arbitro), por entrada dura sobre um jogador contrário, para logo a seguir, Rui Jorge também ser penalizado com um amarelo.
No entanto, houve no aspecto disciplinar dualidade de critérios, dado que também houve entradas duras do Boavista que não foram sancionadas.
Não conseguindo criar perigo, o Boavista colocou Figueiredo em campo no lugar de Manuel José (substituição muito criticada pelos adeptos boavisteiros), fazendo avançar Rui Duarte, o seu elemento mais perigoso, para fazer todo o corredor direito.
Aos 63 minutos, esta estratégia quase resultou, quando Rui Duarte cruzou da direita, com perigo, para Figueiredo falhar a emenda para a baliza.
No minuto seguinte, o avançado Oravec rendeu o lateral-esquerdo Areias, numa tentativa de encostar o Belenenses à sua defensiva, mas o técnico José Couceiro respondeu muito bem com a entrada de Ahamada, para o lugar de Rúben Amorim, para explorar o flanco direito do ataque, dando um claro sinal aos seus atletas que este era um jogo para vencer.
Aos 69 minutos, novamente Rui Duarte a cruzar do lado direito para José Manuel não acertar na concretização, para, aos 71 minutos, o Belenenses inaugurar o marcador, por intermédio de José Pedro, que tinha visto um amarelo no minuto anterior, com um potente remate de meia-distância, sem hipótese de defesa para o guarda-redes contrário.
Um golo de belo-efeito que lançou o Belenenses para uns últimos vinte minutos de qualidade, novamente pressionante, a gerir bem a posse de bola e a procurar sair para o contra-ataque, perante um Boavista em desespero, a atirar bolas para a área do Belenenses, onde Pelé, Rolando e Sandro Gaúcho dominavam o jogo aéreo.
Aos 77 minutos, Meyong sentenciou a partida, ao fazer o 2-0, aproveitando uma má reposição de bola em jogo por parte de William, para receber a bola de costas para a baliza, rodar sobre um defesa contrário, e rematar para o fundo da baliza do Boavista, num lance de excelente execução.
Até final do jogo, o Belenenses controlou a partida (chegando ao ponto de se ouvir cada vez mais no estádio, a Fúria Azul e restantes adeptos a apoiarem, dada a forma excelente como a equipa trocava a bola), colocou Fábio Januário e Rui Ferreira nos lugares de José Pedro e Meyong, e manteve a forte pressão sobre a bola procurando explorar o contra-ataque, situação que não resultou pelo facto de ter visto o árbitro assistente cortar alguns lances por fora-de-jogo inexistente.
O jogo terminou com uma sensacional vitória do Belenenses, por 2-0, com a equipa do Restelo a dar continuidade ao resultado e exibição da passada segunda-feira, mostrando uma equipa em clara subida de forma e de confiança, com uma atitude e vontade de vencer que andou escondida durante grande parte da época.
Com esta vitória, o Belenenses assumiu a 9ª posição da classificação, com 34 pontos, cinco pontos acima da linha de água.
Destaque ainda para o 14º golo de Meyong, na Liga, que o coloca na liderança da lista de melhores marcadores do campeonato.
José Couceiro (Belenenses): «Tivemos hoje a sorte que nos faltou em outros jogos»
«Acho que foi uma vitória justa, mas foi um jogo muito difícil para nós. O Boavista está a fazer um excelente campeonato e nesta segunda volta apenas tinha perdido em Alvalade e pela diferença mínima. Foi um jogo com momentos distintos, entrámos bem mas após a grande penalidade o adversário ganhou ascendente sobre nós. Na segunda parte o Boavista continuou a jogar mais no nosso meio-campo, mas depois fizemos um golo e acalmámos. A pressão que o adversário fez depois foi mais exercida com o coração do que com a cabeça, e por isso marcámos o segundo golo que torna o resultado muito pesado. Acho que tivemos hoje a sorte que nos faltou em outros jogos. Mas foi um resultado importante para ganharmos confiança e não termos medo de errar. Depois do jogo com o Sp. Braga já se nota que jogamos com menos receio e mais concentrados, temos de continuar a fazê-lo agora. A permanência está mais perto, mas ainda não foi conseguida e temos de continuar a amealhar pontos. Que não se pense que já conseguimos algum objectivo porque ainda não conseguimos objectivo nenhum».
José Pedro: «Vamos tentar dar continuidade a estas exibições...»
- Um grande golo, numa vitória importante…
- Sim, era muito importante pontuar neste jogo. Foi excelente, tanto a vitória com o Sp.Braga, como esta vitória diante do Boavista, pois ganhámos pontos que precisávamos, porque temos feito um mau campeonato no jogos em casa, ao contrário do ano passado. Felizmente para nós fizemos agora dois bons jogos e vamos tentar dar continuidade a estas exibições, mas em especial, a estes resultados.
- Já podemos, então, olhar um pouco mais para cima na tabela?
- Perdemos muitos pontos com as equipas teoricamente mais fracas, e ao invés de ganhar distância para elas, acabámos por as moralizar, como foi o caso da Naval. Penso que temos de atingir o mais rapidamente possível 40 pontos. Faltam 6 pontos e vamos tentar alcançar esses pontos o mais rapidamente possível, pensando sempre jogo-a-jogo. Agora queremos é chegar já aos 37 pontos com o Marítimo. Falava-se que íamos ter um ciclo de jogos complicados e que só nos últimos quatro jogos é que poderíamos salvar, mas afinal, ganhámos já os dois primeiros jogos desse ciclo, realmente complicado.
- Com estas exibições, até onde podemos chegar?
- Fizemos um grande jogo contra o Sp.Braga, com aquela assistência fantástica, e penso que ganhámos bem no Bessa, pelo que, agora é dar continuidade. Já é tarde para pensar na Europa, mas queremos atingir a melhor classificação possível, como é óbvio, e vamos começar por procurar vencer o Marítimo.
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