JORNAIS DESPORTIVOS (4ª FEIRA - 19/04/2006)

FUTEBOL

Cabral Ferreira preocupado e atento a algumas «coincidências» em prejuízo da equipa
Olhos abertos no Restelo

Viveram-se horas de alguma ansiedade no Restelo, ontem, tal a curiosidade com que era aguardada a nomeação da equipa de arbitragem para o jogo em Paços de Ferreira, crucial para os dois clubes no que à manutenção concerne. Reinou até certa preocupação, potenciada depois do polémico lance do segundo golo dos pacenses em Braga. Episódio que para o presidente dos azuis, Cabral Ferreira, foi coincidência à semelhança de outras em prejuízo da equipa. "Preocupa-nos que um treinador [Jesualdo Ferreira] diga que um jogo foi viciado e que a mesma equipa de arbitragem nos tenha prejudicado numa outra partida. São coincidências em prejuízo do Belenenses, tal como outras situações mais recentes no nosso estádio, em que um árbitro [Pedro Henriques] reconheceu que ficaram duas grandes penalidades por marcar a nosso favor. Ou são todos cegos ao mesmo tempo ou não querem ver", acentua Cabral Ferreira, de pronto comentando a nomeação de João Ferreira, de Setúbal, para o embate de domingo: "A impressão que temos é que se trata de um bom árbitro, mas avaliaremos no final." Mas não são apenas os jogos dos azuis que apoquentam Cabral Ferreira, que promete estar de olhos bem abertos até ao epílogo do Campeonato: "Estamos muito preocupados com a forma como vão decorrer as jornadas restantes e vamos estar atentos ao que se passar nos nossos jogos e nos das outras equipas..." Aguarda-se hoje a resposta do presidente pacense, Hernâni Silva, ao pedido de cedência de bilhetes. Para um jogo que, como frisou o central Gaspar (que pode manter-se no onze), é encarado "com tranquilidade" no seio do plantel.

ANDEBOL

FC Porto vence (27-28) no Restelo e dá passo importante a caminho da final
Vitória arrancada a ferros

UM golo de Carlos Resende no último segundo do prolongamento fez explodir de alegria os portistas e não era caso para menos, dado que a vantagem assegurada, ontem, noite dentro no Restelo, deixa a decisão da passagem à final para Santo Tirso. Ao lado, as lágrimas do guarda-redes do Belenenses, Humberto Gomes, espelhavam bem o desespero dos pupilos de José Tomás que perderam assim uma oportunidade de aproveitar o apoio do seu público, incansável diga-se, e têm as contas, naturalmente, mais complicadas. O equilíbrio esteve presente, contudo, durante quase todo o encontro e a confiança de José Tomás, admitindo que nada estava perdido, e a cautela de Paulo Pereira, assumindo que nada está ganho, revelam bem que os dois técnicos sabem que, nesta fase do campeonato, qualquer deslize pode ser fatal. Ontem, escorregou o Belenenses, perante um FC Porto muito bem organizado em termos defensivos e mais eficaz em termos atacantes do que os anfitriões, cujas dificuldades ficaram visíveis quando, na segunda parte, estiveram 13 minutos sem marcar qualquer golo. Ainda assim, e incentivados por um público que nunca se deixou adormecer apesar do adiantado da hora, a equipa do Restelo reagiu com Nuno Roque e José Ricardo Costa a darem o último impulso e a obrigarem ao prolongamento, depois do FC Porto ter dominado desde os 10minutos da segunda parte e ter estado a vencer por 4 golos (18-22). "A história da nossa derrota conta-se rapidamente: falhámos em duas ou três situações de baliza aberta, mas isso é a vida e acontece a todos. Estão de parabéns apesar do resultado menos favorável ", elogiou José Tomás. No prolongamento, foi, no entanto, o Belenenses que melhor entrou, marcando dois golos e só permitindo que o FC Porto marcasse já no segunda parte do tempo extra. Valeu a inspiração de David Tavares e a exibição do guarda-redes Ricardo Candeias, aliás tal como a de Humberto Gomes, e aquele golo certeiro de Resende mesmo em cima do apito.

FUTEBOL

Gaspar quer fazer 40 pontos para poder partir para férias

O Belenenses joga uma cartada decisiva com vista à manutenção no próximo domingo, em Paços de Ferreira, e sente, mais do que nunca nesta época, a pressão de ter de vencer para não cair nos lugares proibidos. O discurso dos jogadores ao longo da semana tem-se pautado, todavia, pela serenidade e optimismo, pois todos acreditam que em Belém mora uma equipa confiante e sem medo de enfrentar a batalha que se avizinha, como expressou ontem o central Gaspar. "Se não estamos tranquilos, como é que estarão as equipas classificadas abaixo de nós, ou as que ainda vão ter de jogar com Benfica ou Sporting?" – pergunta o defesa, que voltou à equipa no último fim-de-semana e pode ter um papel importante nesta recta final de competição, graças à sua experiência. E é por ter esse estatuto que não teme os erros de arbitragem, numa altura em que podem ser determinantes para o futuro das equipas. "Acredito que não o façam por mal. São grandes árbitros, tentam fazer o seu trabalho a cem por cento, mas, como toda a gente, têm dias melhores e piores", asseverou, considerando que "entre o deve e o haver", no final do Campeonato, ninguém terá razões de queixa dos homens do apito. De qualquer forma, para Paços de Ferreira, Gaspar só tem um desejo: "Espero que o árbitro esteja tão bem quanto eu, isto é, que cumpra a sua função tão bem quanto eu vou tentar cumprir a minha."

Uma coisa é certa: no Restelo, todos estão a postos e cientes de que não dependem de terceiros para festejar no fim: "Os bons jogadores definem-se nos maus momentos, nas alturas das finais e das grandes decisões. No Belenenses, todos são grandes jogadores e querem participar nestes jogos. Estamos preparados. Os jogos do Gil e da Académica não me interessam minimamente. Para mim, só existe o jogo em Paços. Espero chegar aos 40 pontos e... pensar nas férias. Há quem diga que não chegam e, se assim for, vamos apontar ao 43 para chegarmos ao último jogo, frente ao Gil, com o nono lugar no horizonte."

ANDEBOL

Resende aproveitou...

O FC Porto deu, ontem, um importante passo rumo à final do Campeonato da Liga, ao vencer no Restelo o Belenenses, por 28-27. O equilíbrio foi a nota dominante ao longo de um encontro que teve diversas alternâncias no marcador. Porém, a maior experiência e concentração dos dragões viria a ser decisiva no desfecho final.

Na primeira parte, ambas as formações actuaram em esquemas de 5x1, criando sucessivos problemas aos ataques do adversário. No entanto, a intensidade imposta pela equipa portista nas acções defensivas, foi provocando mossa no ataque belenenses, que teve em Ricardo Candeias um forte oponente. O FC Porto aproveitou esse facto e com alguma naturalidade que chegou a uma vantagem de 13-9, que viria a ser reduzida para a diferença mínima (14-15) ainda antes do intervalo, fruto de algumas falhas do seu ataque.

No segundo tempo, o Belenenses entrou melhor, deu a volta ao marcador, mas não conseguiu avolumar a vantagem alcançada, permitindo ao FC Porto, através de uma alternância constante no esquema de 5x1 para 6x0, chegar à igualdade, no final do tempo regulamentar, a 25 golos.

No prolongamento, o Belenenses voltou a surgir melhor, mas cometeu o mesmo pecado. Chegou à vantagem, marcando dois golos, mas…não matou o jogo. O FC Porto puxa dos galões e consegue chegar ao empate (27-27). No último segundo, Carlos Resende - o jogador mais esclarecido em campo -, acabou por decidir o encontro - aproveitando alguma inexperiência dos homens da casa -, com mais um remate de primeira linha.

José Tomás
"Continuamos a acreditar na final"

“Estiveram em campo duas equipas muito equilibradas. A vitória tanto podia ter caído para nós como para eles, mas, infelizmente, foi para o FC Porto. Na segunda parte ambas as equipas melhoraram defensivamente, mas a diferença esteve, também, no facto de termos falhado duas/três oportunidades de baliza aberta. É frustrante perder no último segundo da partida. Agora vamos tentar ganhar fora. Continuamos a acreditar na passagem à final. Espero ter sorte diferente no próximo jogo.”

BASQUETEBOL

O despertar de Kendrick

Fez uma fase regular bastante discreta - 12 pontos por jogo são exemplo disso -, mas parece ter despertado para as grandes decisões do "play-off". Jamie Kendrick tem-se revelado uma referência do ataque da sua equipa, conta já com a excelente média de 27 pontos por jogo, contudo insuficientes, até ao momento, para dar ao Belenenses uma vitória nesta fase final.

É sintomático que a equipa que contou com o MVP da fase regular (Reggie Moore) e com o melhor jogador português (Miguel Minhava), tenha agora outro jogador em destaque nesta ponta final do campeonato. O problema é que tem, obrigatoriamente, de ganhar o próximo jogo frente ao Queluz, para que o bom momento de Kendrick não passe apenas disso. Os azuis têm como adversário o campeão nacional em título, com novo vigor e com um Miguel Miranda ao seu melhor nível, ele que ocupa o 11º posto no ranking MVP, o primeiro entre os portugueses.

ANDEBOL

FC Porto bate Belenenses no prolongamento

NO PRIMEIRO JOGO DAS MEIAS-FINAIS DO PLAYOFF DA LIGA

Um golo de Carlos Resende já na parte final do prolongamento deu, esta noite, a vitória (28-27) ao FC Porto, na visita ao Belenenses, no primeiro jogo das meias-finais do playoff do Campeonato da Liga.

Numa partida disputada no Pavilhão Acácio Rosa, no Restelo, os dragões acabaram por ser mais felizes no período suplementar depois de uma igualdade a 25 golos no fim do tempo regulamentar.

O equilíbrio foi nota dominante ao longo de todo o jogo, chegando-se ao intervalo com uma vantagem mínima dos nortenhos (14-15). Na segunda parte, registaram-se várias alternâncias no marcador e emoção até ao final.

No prolongamento, os lisboetas ganharam, de início, a vantagem de dois tentos mas a reacção portista acabou por surgir, com Carlos Resende a fixar o resultado final nos instantes finais.

As meias-finais disputam-se à melhor de três jogos, pelo que o FC Porto pode carimbar o passaporte para a final caso vença o encontro da próxima sexta-feira, agora perante os seus adeptos.