BOAVISTA 2 - osBELENENSES 4 (7ª JORNADA)
O Boavista continua sem ganhar e as contas complicam-se para as panteras. Sete jogos sem qualquer vitória conquistada tornam difícil, e de que forma, a vida de Jaime Pacheco. No início da época o técnico português pediu um prazo bastante alargado para mostrar o futebol da sua equipa, mas como foi perceptível pelas reacções nas bancadas, o conjunto do Bessa não tem tanto espaço de manobra.
Bola pelo ar e estudo mútuo entre os dois conjuntos marcaram o início do encontro. Passado o reconhecimento, o jogo animou. O Belenenses até encontrou a primeira brecha na defesa axadrezada, mas Weldon não teve arte para desfeitear Carlos. A equipa de Jaime Pacheco tomou conta do jogo, numa altura em que Bangourá funcionava bem como pivot atacante.
Um pouco contra a corrente do jogo, o capitão Zé Pedro adiantou os forasteiros no marcador na conversão de uma grande penalidade. Na procura da bola, Weldon foi mais rápido do que Carlos e o guarda-redes do Boavista rasteirou o brasileiro no interior da área de rigor. Depois a figura da partida fez a sua primeira aparição em campo: Marcelão esteve em bom plano ao desviar, com um remate acrobático, a bola ganha nas alturas por Ricardo Silva. O desafio baixava de tom e o intervalo interessava às duas equipas.
O intervalo não mudou a disposição com que as duas equipas saíram para os balneários. Um Boavista que parecia estar mais predisposto a lutar pela vitória viu Silas espetar uma facada nos seus intentos mais humildes. Os homens da casa acabaram por ser felizes quando o homem do encontro - por boas e más razões - Marcelão fez o empate, mas um bonito golo do panamiano Gabriel Gómez espezinhou o esforço dos homens da casa.
Com dez minutos para terminar a partida e numa altura em que o Boavista começava a querer sufocar os visitantes, a expulsão de Marcelão retirou o ímpeto final aos axadrezados. Com o Belenenses a fazer o que queria dentro de campo, o golo de Zé Pedro acabou por parecer natural. O Boavista não defendia e o capitão belenense abusou dentro da área axadrezada. Carlos foi buscar a bola ao fundo das redes pela quarta vez. Irremediável.
Gabriel Gómez - É daqueles jogadores invisíveis sempre presentes. O internacional do Panamá é discreto, mas esteve sempre lá na hora de meter o pé na bola. Recuperou várias vezes o esférico para a sua equipa e entregou sempre no homem mais próximo. Prioridade: eficácia. Ainda assim, foi ele quem marcou um dos melhores golos da noite. Silas foi generoso com o companheiro e Gómez teve engenho para rematar a bola colocada, em efeito, junto do poste esquerdo da baliza de Carlos. Nos festejos do golo, foi agradecer a oportunidade a Jorge Jesus. Fica bem.
Silas - Foi chefe do meio campo belenense, mais do que Zé Pedro. Bem coadjuvado pelos seus companheiros no centro do terreno, o português teve espaço para mostrar alguma da sua capacidade técnica. Diakité é imponente e impõe respeito, mas o médio belenense não mostrou receio e fez até o golo que dava vantagem aos homens do Restelo no início da segunda parte. Serviu o melhor que pôde os homens mais avançados e até os mais recuados. Com a entrada de Fernando passou a jogar ao lado de Weldon mas não se perdeu no terreno. Gabriel Gómez subiu bem, Silas colocou-lhe a bola, redonda, nos pés e o panamiano foi autor de um belo tento.
Zé Pedro - Não foi das exibição mais exuberantes de Zé Pedro, mas os dois golos, ambos demonstradores da serenidade e da classe do médio, colocaram o capitão dos homens de Belém nos destaques do encontro.
Jorge Jesus comentou da seguinte forma a vitória no Bessa, em declarações à SportTV:
«As vitórias são sempre importantes. O Boavista reagiu bem à desvantagem no marcador. Foi um excelente jogo, com duas equipas que quiseram ganhar e foram muito competitivas. O jogo foi sempre favorável ao Belenenses, mas o Boavista nunca se entregou. É uma equipa que ainda procura uma identidade, mas nos ganhando tivemos de jogar muito e vencemos uma boa equipa.»
Jorge Jesus: «Jogámos com a ansiedade do Boavista»
Uma equipa inteligente e bem fisicamente. Foi assim que Jorge Jesus viu a sua própria equipa, num jogo nada fácil, perante uma boa equipa quem vai continuar a crescer, na opinião do técnico belenense.
«Esta vitória tem ainda mais sabor por termos jogado contra uma boa equipa. Jogando sempre em desvantagem, o Boavista não virou a cara ao jogo. Quatro golos marcados fora de casa é difícil, para mais no Bessa. É a confirmação de que temos uma boa equipa. Tinha algumas dívidas sobre o aspecto físico da equipa, tal como vi, ao vivo, nos jogos do F.C.Porto, do Sporting e do Benfica. Não nos aconteceu tanto, porque o resultado favorável ajudou psicologicamente. Para além dos golos tivemos ainda mais uma ou duas oportunidades. Saímos daqui convencidos que jogámos com alguma inteligência. Fizeram-nos bem os jogos contra o Bayern, o Real Madrid. Os começos dos campeonatos não querem dizer nada, não interessa como começa mas como acaba. O Boavista vai acabar bem porque pode melhorar. Só foi vencido pelo Belenenses porque jogámos com a ansiedade do Boavista. Vitória dá confiança no trabalho da equipa e coloca-nos no pelotão da frente».
Silas: «se pudermos andar lá por cima ainda melhor»
Silas: «Vitórias são sempre importantes»
MÉDIO AZUL TAMBÉM DESTACOU FARTURA DE GOLOS NO BESSA
Autor do segundo golo do Belenenses no Estádio do Bessa, Silas considerou justo o resultado final. "As vitórias são sempre importantes. O triunfo é justo, mas deixo uma palavra ao Boavista, que conseguiu empatar duas vezes", considerou o médio azul.Silas também demonstrou regozijo pela fartura de golos ocorrida no recinto boavisteiro. "É bom para o futebol. As pessoas vêm aos futebol para ver golos", observou.
Jorge Jesus: «Somos muito fortes no contra-golpe»
TÉCNICO DIZ QUE A VANTAGEM NO MARCADOR TRANQUILIZOU EQUIPA
Jorge Jesus mostrou-se bastante satisfeito com o desempenho dos seus atletas e com as circunstâncias do jogo, elogiando, ainda, a qualidade do adversário."Foi um excelente jogo, entre duas equipas muito competitivas e que procuraram sempre ganhar. O facto de termos estado em vantagem no marcador ajudou-nos, pois o Boavista teve de dar mais espaços e nós explorámos o contra-golpe, aspecto no qual somos muito fortes Jogámos bem e vencemos uma boa equipa", explicou o técnico do Belenenses.
.
Belenenses vence no Bessa
O Belenenses derrotou o Boavista por 4-2, no jogo que encerrou a sétima jornada da Liga portuguesa de futebol. Emoção, golos e... uma expulsão (Marcelão) que complicou os planos de Jaime Pacheco.
Assistiu-se a jogo emotivo, no Estádio do Bessa. Duas vezes em desvantagem, o Boavista reagiu e conseguiu igualar o marcador, mas alguma ingenuidade e também a saída de Marcelão (viu segundo amarelo) complicaram a estratégia de Jaime Pacheco. Ainda assim, a formação axadrezada lutou até ao fim em busca, pelo menos do tento da igualdade, mas a equipa de Jorge Jesus, mais experiente e bem organizada, não acusou o desgaste do jogo com o Bayern Munique (Taça UEFA), defendeu bem e foi mais eficaz na finalização.
O Belenenses entrou bem no jogo e chegou à vantagem aos 26 minutos, através de José Pedro, na transformação de uma grande penalidade a castigar falta do guarda-redes Carlos sobre Weldon. O Boavista reagiu e, volvidos quatro minutos, igualou o marcador, por intermédio de Marcelão, que aproveitou bem a confusão na área dos azuis. Até ao intervalo, o Boavista pressionou e criou uma situação de perigo para a baliza de Costinha, num remate cruzado de Jorge Ribeiro.
A exemplo do que sucedeu no início do jogo, o Belenenses reentrou bem no jogo e voltou a adiantar-se no marcador, aos 51 m, por Silas, num disparo de fora da área que surpreendeu a defesa boavisteira. Mais uma vez o Boavista teve de correr atrás da desvantagem; mais uma vez o Boavista conseguiu empatar, através de Marcelão, na transformação de um livre. O jogo estava emotivo, mas Gabriel Gomes, aos 70 m, colocou de novo o Belenenses em vantagem, num disparo do meio da rua. Esperava-se mais uma vez a reacção do Boavista, mas a expulsão de Marcelão (segundo amarelo) constituiu rude golpe para os axadrezados. Ainda assim, e mesmo em inferioridade numérica, os pupilos de Jaime Pacheco não desistiram de pressionar o último reduto dos azuis, que geriam agora o resultado, sem deixar de espreitar o contra-ataque. Já em tempo de descontos, José Pedro ganhou uma bola à entrada da área e num remate forte com o pé esquerdo terminou com a esperança boavisteira.
Vitória da equipa mais experiente e eficaz, em contraponto a uma formação ainda «em construção», mas que revelou forte atitude competitiva e talvez não merecesse derrota tão pesada.
Estádio do Bessa, no Porto
Árbitro: João Vilas Boas (AF Braga)
BOAVISTA – Carlos; Rissutt, Ricardo Silva, Marcelão e Mário Silva (Mateus, 66 m); Fleurival, Diakité e Jorge Ribeiro; Edgar (Fary, 88 m), Bangourá e Grzelak (Zé Kalanga, 76 m).
BELENENSES – Costinha; Amaral, Hugo Alcântara, Rolando e Rodrigo Alvim; Silas (Gonçalo Brandão, 89 m), Rúben Amorim e Gabriel Gomez; Roncatlo (Fernando, 56 m), José Pedro e Weldon (João Paulo, 83 m).
Ao intervalo: 1-1Golos: 0-1, José Pedro (26 m, de grande penalidade); 1-1, Marcelão (30 m); 1-2, Silas (51 m); 2-2, Marcelão (67 m); 2-3, Gabriel Gomez (70 m); 2-4, José Pedro (90 m).
Resultado final: 2-4
Cartão amarelo a Carlos, Edgar e Marcelão.
Cartão vermelho (segundo amarelo) a Marcelão (79 m).
Gala azul rende muitos golos
A reclamação já não é de agora, mas é recordada amiudadas vezes: o dia é mau e a hora, essa, é imprópria para que os estádios se enfarpelem de espectadores. Paradoxalmente, o espectáculo foi de luxo no Bessa. O azul tomou conta da atmosfera do estádio e os seis golos - caramba! - fizeram disparar a emoção dos poucos indefectíveis de dois clubes que, num passado recente, se digladiaram pelo título de quarto maior clube português.
A vitória do Belenenses, essa, é incontestável e assentou, sobretudo, numa actuação mais serena, aliada a uma qualidade de jogo que o Boavista ainda não consegue apresentar por variadas razões.
O futebol é caprichoso e é fértil, também, em situações paradoxais. Caberá aos responsáveis axadrezados dissecar o jogo, tirar ilações e rever situações, mas a verdade é que o Boavista jogou melhor do que vem fazendo, marcou dois golos e teve força anímica para reagir a duas situações de desvantagem no marcador. Só baqueou quando Gómez voltou a colocar o Belenenses por cima, a meio do segundo tempo, e foi ao tapete após a expulsão de Marcelão, a dez minutos dos 90 regulamentares, numa altura em que os anfitriões soltaram amarras e se expuseram aos riscos daí inerentes, com o contra-ataque a encabeçar a lista. Foi letal.
O Belenenses, esse, não acusou o desgaste físico e mental do jogo e da eliminação às mãos do poderoso Bayern de Munique e deixou no Bessa, onde averbou a primeira vitória fora de portas na Bwin Liga, indicações seguras de que terá reencontrado o bom caminho, ou seja, Jorge Jesus parece ter gente para voltar a bater-se por lugares de acesso a provas europeias. Por estar mais bem escorada, a equipa azul esteve mais serena sobre o relvado, nunca precisou de correr atrás do prejuízo e pôde, enfim, gerir à sua maneira as emoções e peripécias que emanaram da disputa, com os guarda-redes a ajudarem à festa dos golos, já que ambos ficaram mal numa ou noutra fotografia.
Jorge Jesus
"Jogo de inteligência"
Depois de uma derrota, em casa de um gigante europeu, o Belenenses mostrou que está pronto para se dedicar de corpo e alma ao campeonato e arrancou a um rival histórico a primeira vitória fora de portas. A reacção à despedida da Taça UEFA, frente ao Bayern de Munique, não poderia ter sido melhor, elogiou Jorge Jesus, cujas primeiras palavras foram para o adversário. "Uma boa equipa, difícil, que, estando sempre em desvantagem no marcador, nunca se entregou e complicou a nossa estratégia de jogo", afirmou o técnico, que receava que a "fadiga" europeia tornasse tudo ainda mais complicado, mas foi agradavelmente surpreendido pela resistência do plantel azul, e aquilo a que assistiu foi a "um excelente jogo, de uma equipa muito inteligente" e cuja "experiência competitiva" acabou por ser decisiva para ir recuperando a vantagem que o Boavista por duas vezes conseguiu anular. "Estão de parabéns por esta vitória e por estarmos no meio da tabela", concluiu Jorge Jesus.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home