TARDE DESASTRADA CUSTA TITULO AO BELÉM

O Belenenses perdeu esta tarde o título pelo qual tanto lutou durante toda a temporada desportiva 2005/2006. Após a vitória na fase regular, e não obstante a superioridade evidenciada ao longo da época, os azuis perderam na final com o Direito, por 6-22.

Era sabido desde o início do ano desportivo que o Campeonato seria decidido em apenas uma partida, modelo decalcado do longínquo e sobretudo incomparavelmente diferente «Super 12», a prova profissional que junta selecções provinciais das «três nações rugby» do hemisfério sul. O Belenenses participou dessa decisão, pelo que é tarde para lamentar uma fórmula de apuramento do título que acabou por penalizar fortemente os azuis do Restelo!

Assim, e após uma temporada quase perfeita, durante a qual o Belenenses dominou a fase regular, demonstrando-se o grupo mais regular e forte do rugby nacional, a final chegou esta tarde, colocando frente a frente aquelas que são as duas melhores equipas nacionais do momento.

A equipa azul não esteve bem, e acabou por pagar caro os erros que cometeu ao longo dos 80 minutos mais importantes da temporada. Foi mais feliz o Direito, que após três derrotas consecutivas com o Belenenses, acabou por revalidar um título que em nossa opinião não fez por merecer ao longo dos últimos meses. Foi todavia mais forte no jogo desta tarde, o que de acordo com o modelo estabelecido lhe possibilitou a conquista do título.

Breve crónica da partida

A primeira oportunidade para pontuar pertenceu ao Belenenses, que aos 5 minutos chutou aos postes através do «abertura» Pedro Silva, sem sucesso. Apenas 10 minutos mais tarde, era a vez do Direito falhar uma penalidade, chegando a partida ao seu quarto de hora inicial com o marcador a zero.

Sucederam-se três penalidades para o Direito, que não enjeitou as oportunidades e chegou aos 30 minutos em vantagem no marcador (0-9).

Respondeu o Belenenses com pressão sobre os «advogados», mas a apenas alguns metros da linha de ensaio os azuis não foram capazes de concretizar, e acabaram por ser obrigados a defender um forte contra-ataque adversário, sustido «em cima» da linha.

Aos 35 minutos aconteceu o momento que terá tido influência decisiva no desenrolar da partida: David Mateus, que se preparava para ser temporariamente substituído devido a uma ferida aberta na face, vê o cartão amarelo devido a palavras dirigidas ao fiscal-de-linha, critério disciplinar que não mais se repetiria no decorrer da partida... O Belenenses passava a jogar com apenas 14 elementos, tendo o Direito aproveitado para explorara inferioridade numérica azul.

Em cima do apito para o fim da primeira parte, o 3/4 António Aguilar foge pela direita e marca o primeiro ensaio da tarde, para o Direito. Apenas dois minutos mais tarde, o Direito chegava ao 0-19, após novo ensaio.

No segundo tempo, o Belenenses pressionou o Direito, mas sem o discernimento necessário para dar a volta ao resultado.

A equipa técnica fazia sair Nicolas Formigo com o objectivo de poder colocar em campo mais um argentino, o ponta Emiliano Castagnet. Em consequência, saia também o internacional luso Sebastião Cunha, e entrava para a 1ª linha o talonador André Santos.

A equipa azul parecia não ser capaz de «alimentar» a sua linha de 3/4 com bolas jogáveis, e apenas através de duas penalidades (concretizadas por Pedro Silva e Francisco Moreira) conseguiu reduzir a desvantagem, que logo em seguida se alargou novamente, após penalidade aproveitada pelo Direito.

No final do jogo o marcador registava 6-22, e o Direito sagrava-se Campeão Nacional 2005/2006.

Do lado do Belenenses viram-se muitas lágrimas pela derrota sofrida mas sobretudo pela perda de um título pelo qual tanto trabalhou toda a equipa.

Resta aos azuis levantar a cabeça e pensar já nas partidas da Taça de Portugal, a qual ainda se encontra em disputa. O Belenenses encontra-se nos 1/4 de final, e tem pela frente a equipa da Académica, em partida a disputar fora de portas.

Ficha de Jogo:

Divisão de Honra 2005/2006 - Final

Data: 29/04/2006 (17:45h)

Local: Estádio Universitário de Lisboa (Campo de Honra)

Árbitro: João Mourinha